quarta-feira, 23 de maio de 2018

Manifesto de um coração que não bate mais

Ultimamente venho percebendo que algo que acontecia comigo na infância retornou a minha vida. Por muito tempo eu fui privado de brincar na rua com meus amigos. Via eles correndo pela rua, pelas brechas do portão da minha casa, ouvia os gritos e risadas e ficava com uma intensa vontade de provar aquela alegria. Depois de muito tempo, fiz isso, brinquei, corri, cai, briguei, fiz de tudo, aproveitei por completo e não me sentia mais preso nem nada do tipo. Hoje em dia, venho percebendo que tudo está diferente, por algum motivo, as brechas do portão se tornaram os corredores da escola ou os coletivos que pego, as risadas se tornaram sorrisos bobos e suspiros constantes e os gritos se tornaram beijos. Por algum motivo me privei do amor, mesmo tendo provado, e de certo modo, se lambuzado, não sinto mais isso. Não consigo me entregar mais, não consigo sentir mais...
Ah, o amor, sempre me pergunto quando vou voltar a sentir isso, a gostar das pessoas, a ficar louco de paixão por alguém, ou coisa do tipo. Hoje em dia, só quero encontrar alguém que me prenda numa conversa, me faça sentir antes mesmo de sentir seu corpo junto do meu, que me faça sentir incrível. Mas nem tudo é tão fácil assim, um coração que não bate mais, atrapalha, magoa, cansa e, sinceramente, eu estou sentindo como se já tivesse morrido.
(Elvis Souza)

Nenhum comentário:

Postar um comentário