quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Um amor sem dono, um poema sem nome

Dei em teus lábios calejados
Meus melhores beijos
Dei a teus olhos cansados
Meus melhores sorrisos
Aos teus ouvidos
Contei minhas histórias
À tua vida tentei dar cor
Ser razão do teu sorriso
Mas tu
Apenas viveu aquilo
Não aproveitou
Se entregou nos braços
De quem não te amava
E eu
De ti
Ganhei apenas
Um coração partido...
(Elvis Souza)


sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Poema dos detalhes

Vou acariciando lentamente o seu cabelo.
E você vira delicadamente sua cabeça para sentir o meu toque.
Poderia naufragar agora com as ondas que se formam de cada fio.
Ou então, sufocar sem oxigênio à espera do teu socorro.

Meus dedos finalmente alcançam as linhas delicadas do seu pescoço.
Sinto que teve um calafrio assim que as minhas mãos pousam.
Seus olhos se fecham e me arrancam um leve sorriso.
Penso seriamente em não partir de onde estou.

Porém, é inevitável não almejar o paraíso guardado em seu rosto.
E finalmente aterrisso minhas mãos em sua meiga face.
A cada toque seu sorriso denuncia o que você sente.
Não deve existir lugar melhor no mundo que o horizonte dos seus olhos.

Cada segundo desta noite a minha boca se aproxima mais da sua.
Boca pintada minuciosamente com um vermelho de giz de cera.
Percebo o gosto no momento que meus lábios encostam de leve no teu sorriso escarlate.
Gostaria de guardar ou reter esse momento para além das memórias.

Minhas mãos encontram o calor das palmas de suas mãos.
A chama emitida por esse elo vai se propagando e arrepiando todo o corpo.
Há a possibilidade de parar ou de continuar do ponto onde estamos.
Seus olhos me confirmam o que eu já esperava ouvir.

São inesquecíveis cada detalhe desta noite.
Detalhes tão ocultos para os outros, porém tão vivos para nós.
E ficarão na memória como luzes, assim como boas memórias de uma árvore de Natal para uma criança ou uma inspiração que não se afasta da mente de um artista.
Quando, a todo instante, poderemos nos reencontrar e reprisar quantas vezes quisermos cada um desses detalhes. 
(Gabriel Araújo)

Quadro "O beijo" (1908) de Gustav Klimt.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Uma flor em um ambiente morto

Hoje acordei mais feliz
Pelo simples fato de existir
Hoje apenas quero sorrir
E fazer com que você chegue à mim

Tornando o mundo mais encantador
Fazendo minha mão suar.
Com sua presença e seu calor
Eu só tenho a ganhar

Mas o fôlego, eu perco!
Até fico sem jeito
Com sua maneira de falar.

Têm coisas que não sei desvendar
Mas tudo que eu desejo
É adormecer e com teu sorriso sonhar.

Quando te vi pensei até que fosse um caso passageiro,
Mas tua voz me seduziu
Teu jeito de falar me encantou
E teu sorriso me conquistou.

A lua apareceu mais bela esta noite
Tão radiante quanto o seu olhar
No qual não consigo encarar.
Cheio de vida e alegria
Não mais que o meu ao te encontrar.

A tua boca eu quero sentir
Nas tuas mãos quero tocar
Sentir esse amor fluir
Ahh..isso eu mal posso esperar.
(Daniele Fagundes)


sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Guernica

A guerra é uma constante na história da humanidade.
Humanos que duelam até a morte com os seus semelhantes.
Semelhantes biológicos com diferenças étnicas, culturais e de valores.
Valores que no final das contas não compensam os resultados de um confronto.

Confrontos que devastam milhões de humanos e animais de suas cidades.
Cidades de comoção mundial atacadas deixam a vida na Terra doente.
Doente não só de corpo, mas também de alma. Não passam certas dores.
Dores provocadas pela falta de diálogo e de compreensão com o outro.

Outros são os mártires que pagam as dívidas pelas más escolhas de seus governantes.
Governantes que visam a glória em detrimento da verdadeira paz.
Paz que é desculpa para alguns com o objetivo de desencadear um ataque.

Ataques balísticos com nucleares proporções exorbitantes.
Exorbitante é adjetivo da ignorância humana. Alcançar vida em harmonia não seria uma meta capaz?
A capacidade infeliz de humanos seres de responder antes que se pergunte o por quê.
(Gabriel Araújo)

Quadro "Guernica" (1937) de Pablo Picasso. 

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Morena

Teu sorriso malicioso
Atrai suas vítimas
Tua voz serena
A persuadi-las
E as acalma
Para o golpe final
Um beijo
Beijo viciante
O qual não te satisfaz
Apenas,
Consola as vítimas
E assim
Tu alimenta um ser
Um ser
De teu interior
Chamado ego
O qual
Te transforma
Numa pessoa fria
Calculista
Que não quer amar
Quer, apenas, destruir.
(Elvis Souza)