Futilidade
Era uma vez,
um vilarejo no meio do nada.
Em algum tempo na estória.
Criado pela mente do ser humano.
Nessa terra existia um rapaz chamado Tolo.
Tolo não possuía família.
Mas, todas as pessoas gostavam dele.
Porém, Tolo não se contentava com sua simples vida.
Sua rotina era engraxar os sapatos dos forasteiros.
Morava na parte de cima de um bar em que toda hora era hora de festa.
O dono do bar havia lhe achado no lixo próximo ao estabelecimento, havia uma gaita ao lado do seu cesto.
A noite como agradecimento, ele fazia o bar brilhar ao som do instrumento.
Tolo queria ser que nem “o senhor da terra” ou alguém importante talvez.
Ele não está errado, sonhar é uma característica de pessoas determinadas.
No entanto, Tolo não tinha tempo para batalhar pelos seus sonhos. Como alguém assim pode receber alguma glória?
A vida sempre procura testar as pessoas, tudo está traçado em um maior plano.
Num certo dia, enquanto andava ele encontrou algo dourado no solo.
“Estou rico, encontrei ouro!” isso a todos, ele dizia.
Passava o dia, falando de luxo, esqueceu de todos aqueles que lhe amavam, aquela pedra havia corrompido seu coração. Ao invés de crescer, ele retrocede.
Sua pobre vida continuou sendo pobre, o que era falta de recursos financeiros, se tornou falta de humanidade. Inveja reprimida.
A pedra não era ouro, era pirita. Todos os enganados foram pedir satisfação: xerife, hoteleiro, açougueiro.
Aquela pedra dourada que antes não tinha nome foi batizada de Ouro dos Tolos. Para servir de lição a todos que bancam de besta.
Quanto a Tolo, foi preso e ainda chamado de desonesto.
De noite, na prisão, se escutava um som muito triste vindo da cela, era Tolo com sua gaita. Lá nasceu o blues, lá nasceu o ressentimento.
(Gabriel Araújo)