segunda-feira, 13 de julho de 2015

Poesia inspirada na obra Vidas Secas de Graciliano Ramos:

As mazelas da Secura

Vida de Retirante.
Sempre de passagem.
Não descansa um instante.
A vida culpa a estiagem.

Vida vazia.
Não é sua culpa Fabiano.
Nem de Baleia, nem da vida que você levou.
As dificuldades lhe deram a primazia
e as circunstâncias lhe deram o abandono.
Você ainda possui o direito a sonhar com tudo aquilo que a insignificância lhe retirou.

Animal ou Humano?
Animalizar o humano e humanizar o animal.
Agirmos por instinto e acabamos nem pensando que possuímos a capacidade de pensar.
Destino ou Engano?
Desprezados pelo próprio acaso, apenas mais um número, apenas mais um decimal.
Vivendo as angústias causadas por qualquer tipo de opressão, vivemos o dia de amanhã com medo de abrir os olhos da verdade e acordar para o dia de hoje.

Perante as incertezas da vida e as mazelas da secura,
só temos uma certeza, estamos apenas de passagem.
Na procura incessante de um local sossegado e cheio de fartura, sonho de humanos e animais.
Saciar a seca existencial desse deserto interior, dessas tardes de nuvem escura.
Dessa forma, vamos continuar caminhando e todas as ocasiões servirão de aprendizagem.
Para sanear a falta que temos de não conseguimos expressar tudo o que realmente queremos, das decepções, das frustrações, e de tudo mais.
Para sanear a falta que temos de respostas, das consequências de nossas escolhas e da morte.
(Gabriel Araújo)