sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Soneto do arco-íris

Humanos passam por dificuldades.
Dificuldades essas que cerceiam a vista.
Vistas borradas com tonalidades cinzas e sofridas.
Sofrimento que geralmente não é observado por outros olhos.

Olhos nossos ludibriados diariamente com o belo.
Belo que é uma composição branca de construção social.
Social que é generalizado em favorecimento de poucos.
Poucos privilegiados com dias claros artificiais e arcos-íris feitos de giz.

Gizes não reproduzem fielmente a natureza das cores.
Cores que em vão tentam tingir dias gris.
Gris momentos tão necessários de serem contemplados.

A contemplação é a chave para aguentar as feridas e as dores.
Pois, para alcançar a intangível aquarela do arco-íris.
É necessário, primeiro, esperar passar a chuva de dias molhados. 
(Gabriel Araújo)

Quadro "Arco-íris" (1883) de Jules Breton.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Tempo Perdido

Não é questão de amor (próprio)
Ou da falta dele
Se tornou somente um vazio
Cujo o qual você deixou

Eu sei que não é possível
Voltar no tempo
Mas imaginar
É minha única forma
De aguentar este tormento

E mesmo que eu te escreva os melhores versos
Te faça todas as juras de amor possíveis no mundo
Isso nunca será o suficiente
Você nunca estará em meus braços

E eu
Sigo meu caminho sozinho
Até o dia
Em que eu encontre meu ninho.
(Elvis Souza)