terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Soneto da proporção áurea

É o princípio das coisas eternas.
Eterno também é qualidade do sorriso dela.
Eterno também são aqueles pequenos sóis em seu olhar.
Um eterno com aparência de mortal.

É a essência da arte.
A composição artística daquele rosto, de tudo que é belo, de tudo que habita nela.
A arte daquela voz, daquele meigo falar, daquele grandioso cantar.
A arte com aparência de menina de beleza monumental.

Um sorriso que equivale a cem poemas de Camões.
Um olhar que supera as mais belas sinfonias de Beethoven.
Esperando por um amor das obras de Shakespeare.

Guardas joias preciosas subtendidas em suas expressões. Guardas lírios recém tirados do campo em suas orações.
Você tem o dom de levar felicidade para todas as coisas que lhe envolvem.
Só irá perceber a poesia em você, o clarividente que enxergar
 além do que os olhos possam ver. E por meio da sensibilidade da alma lhe repare.
(Gabriel Araújo)



domingo, 29 de janeiro de 2017

Soneto das estações

Folhas e flores que crescem.
E os jardins vão ganhando cores.
Os dias vão ganhando vida.
Isso é a Primavera.

Em seguida, as paisagens ensolaradas do Verão nascem.
A luz do sol se transfigura em raios multicores.
A praia para um mergulho lhe convida.
O castelo de areia pronto para ser construído lhe espera.

E as cores da primavera vão se amarelando.
A queda das folhas denuncia a estação.
É a estação mais triste, dê boas-vindas para o Outono.

Na próxima estação, pelo frio na janela ficamos admirando.
Uma boa companhia e um chocolate quente combinam bem com a situação.
É o Inverno que termina e reinicia esse ciclo eterno.
(Gabriel Araújo)





sábado, 28 de janeiro de 2017

Soneto do descobridor

Seu sorriso é ponto turístico.
Seu olhar é paisagem latina.
Sua voz carrega o sotaque desse povo.
Você, Cordilheira dos Andes. E
 eu turista perdido com tanta beleza.

Quero me aventurar na dança desses seus passos místicos.
Quero descobrir o que esconde entre essas suas montanhas e tudo o que for captado pela retina.
Quero inventar ao seu lado cada dia novo.
Te amar faz parte da minha humana natureza.

Ela poderia ter sido a descoberta mais linda de Cabral.
A rota mais bela das navegações de Colombo.
Ou a terra encantada de Nassau.

Talvez, uma obra de Aleijadinho com barro e trabalho artesanal.
Uma terra de esperança, poderia ter sido um quilombo.
Porém, ela é paisagem fotografada pela vista desse poeta descobridor em noite de luau.
(Gabriel Araújo)


                                                      Cordilheira dos Andes



A Aparência

Ela vive de aparências
Ela necessita saber o que as pessoas pensam dela.
Ela se importa com a opinião alheia.
Ela vive com tão pouco e acha que é muito.

Se cobra demais, respira exigências.
Quem estiver afim de lhe conhecer melhor, irá precisar ter muita cautela.
Pois, ela é mais inconsistente que pegada na areia.
Quem procura por uma relação séria, nela encontra um lance, um caso fortuito.

Uma perfeição que esconde muitas imperfeições.
Um ouro que na verdade é pepita.
Um rosto alegre que na verdade chora igual a pobre riqueza de um rei.

Uma vida cheia de insatisfações.
Por fim, ela é só mais uma história sem autoria.
Ou um perfeito retrato de Dorian Gray.
(Gabriel Araújo)



quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Titã, a “lua” de saturno

Descoberta de um menino, um sonhador da astronomia.
Tu que reina branco diante o preto do universo.
Tu que gira em torno de Júpiter e orbita em mim.
Como você consegue está perto mesmo longe por milhares de metros?

Seu nome varia dependendo as horas do dia.
Em você, me encontro desaparecido, apaixonado, subme
rso.
Está no sorriso da Eduarda, no olhar de Rita, na face de Yasmin.
Titã, tu é o mais bonito entre todos os astros.

Todo mundo pensa que o ouro é formado na terra.
Mas, ele vem dos asteroides livres que viajam pelo universo.
A riqueza não é desta terra apesar que possa parecer.

Você, satélite. E eu filho do mato, das montanhas, desta serra.
O nosso amor se encontra perdido entre as palavras deste verso.
Assim como você que se esconde e as vezes se apresenta na forma de ouro que deixa ser encontrada na hora que quer.
(Gabriel Araújo)


sábado, 21 de janeiro de 2017

Soneto para a admirador/a (Soneto do muito obrigado)

Nós escrevemos e somos presenteados com vocês.
Vocês leem e nos disponibilizam seu precioso tempo.
Uma relação de mutualismo entre o admirador e seu admirado.
Uma relação de amor entre a obra e seu apreciador.

Vocês acompanham nosso crescimento mês após mês.
São vocês quem decifram as palavras que se originaram em nosso pensamento.
Sem vocês, não existem Clarice, Carlos, Jorge e nem Machado.
As palavras só ganham vida quando um leitor as guardam com amor.

O mais bonito da literatura é imaginar o que as palavras têm a dizer.
Não é ler só por ler, e sim, se abarcar com o suspense, criar o drama, visualizar a ação.
É ir bem além do que os olhos podem ver. No perfume encontrar algo além da fragrância.

Este soneto é só uma forma de agradecimento a todos aqueles que nos motivam a escrever.
Só existe o artista, porque há quem leia, quem veja, quem admire sua produção.
Assim como o porquê de as estrelas brilharem no céu, porque há quem na terra lhe dê significância.
(Gabriel Araújo)


terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Tudo o que eu preciso  (Soneto do crescimento)

Eu fazia questão de me fechar e ela insistia em abrir as portas da minha existência.
Eu fazia questão de me calar e ela provocava o meu riso, quebrando o silêncio.
Eu fazia questão de não me apaixonar e ela achava engraçado a minha resistência.
Até que eu perdi e ela me achou.

Eu fazia questão de ter razão e ela nem se importava com incoerência.
Eu fazia questão de ter virtudes e ela me mostrava o lado bom de ter vicio.
Eu fazia questão de não me emocionar e ela achava que era drama o que eu pensava ser indiferença em essência.
Até que percebi que eu estava errado e ela me ganhou.

Eu que fazia questão de tantas coisas, agora só faço questão dela.
Meu mundo está fechado para turistas, só aceito aquilo que é cativo.
Hoje o meu cativo tesouro, é a ilha, o universo, as estrelas guardadas naquele sorriso.

Eu que perdi tanto tempo em verdades prontas, quero construir novas com ela.
Minha época de absolutismos havia sido subjugada por aquele olhar um tanto relativo.
Hoje, tudo aquilo que eu não via é tudo o que eu apenas preciso.

(Gabriel Araújo)



Soneto para o anonimato

Eu não sei.
Eu não sei se vou lhe ver.
Eu não sei se nesse dia você irá me reconhecer.
Eu já não sei se você é real ou só criação do imaginário.

Eu não sei se no nosso encontro marcado pelo destino eu me atrasei.
Ou foi você quem demorou muito no espelho, vendo qual roupa combinava mais com você.
Eu não se isso já aconteceu ou se você era a dona do número que eu acabei de remover
Ou ainda, se você está na minha frente, com um sorriso extraordinário.

Eu não sei o que esperar do teu rosto, por isso não espero nada.
Eu não sei o que aguardar da sua fala, por isso que não guardo o som das vozes.
Eu realmente não sei.

A única coisa que eu sei que você irá vim, numa época ainda não determinada.
E eu irei querer repetir esse momento inúmeras vezes.
Disso eu sei ....  Agora eu sei
(Gabriel Araújo)



Areia movediça

Sou aventureiro das terras proibidas.
E você, é Atlântida, Eldorado, o quintal de casa.
Estás guardada na areia movediça.
Quanto mais procuro, mais me perco.

Um bom explorador não deixa que as coisas passem desapercebidas.
Teu sorriso é uma forte ameaça.
Atenção do teu olhar é uma coisa que me dá cobiça.
O abraço dos teus braços é a melhor cerca que me acerco.

Se for para me perder num pôr-do-sol, que seja entre as montanhas dos seus sorrisos sem horários.
Se for para me perder em labirintos, que seja daquelas suas falas sem atalhos.
Se for para me perder, que seja para me achar quando eu for lhe escrever.

Se for para me perder em mares, que seja entre seus lábios.
Se for para me perder em matas, que seja dos seus olhos.
Se for para me perder, que seja em você.
(Gabriel Araújo)




O primeiro dos poemas

Comecei a escrever.
Por causa dela.
O primeiro dos poemas.
Ela era linda.
E ela carregava uma coletânea de poemas de Carlos Drummond de Andrade.
Se mal me lembro.
Sua marca registada era uma pequena bolsa vermelha que ela carregava debaixo de um dos braços.

Ou era uma bolsa preta?
Então, devo agradecer a Carlos pelo meu dom.
Ela sorria e parecia que ela levava todos as estrelas do céu nos lábios.
Ela me olhava de forma silenciosa entre as montanhas do rosto.
Entre léguas os nossos olhos se comunicavam.
Comunicação doce de dois peixes do Rio Solimões.
E eu era tímido.
E ela era linda.
Acho que já disse isso.
Mas, linda é vício de linguagem para ela.
Enxerguei na literatura um meio de me aproximar nela.
E esse meio me libertou.
Eu disse para ela que eu faria dela eterna.
E fiz....
Não por meio das palavras.
E sim, em pensamentos ricos em detalhes.
Detalhes esses que às vezes me acho e às vezes me perco.
Meus pensamentos andam tão soltos pelo ar.
Será que são meus mesmo?
Parece que todos os poetas começam a escrever depois de uma grande desilusão.
Acho que a gente sente um vazio, pois o amor leva tudo da gente.
E escrever é a única coisa que restaura nossas forças.
Ela foi o poema mais bonito que eu encontrei.
A melhor rima que eu tive o prazer de desvendar.
A melhor estrofe dos meus dias.
Mas, a nossa relação se acabou.
E eu nunca mais li nada de Drummond.
Não foi por causa do conteúdo de suas obras...
A nossa relação não encontrou mais rimas e nem ritmo.
Assim como este poema.
(Gabriel Araújo)




segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Soneto da bailarina

Dona do collant preto, dona da inspiração.
Sapatilhas que voam pelo chão, coreografia artística.
Meus olhos não conseguem sintetizar a beleza que escorre no ar.
Não deixarei essa memória no tempo se dissolver.

Dance nos salões do meu coração.
Dance de forma única e mística.
Dance para que meu coração volte a bater só por lhe ver dançar.
Dance para todos, para mim e apenas para você.

Oh, flor que nasce em solo depois da guerra.
Estamos tão vinculado um ao outro e não estamos presos em laços.
Somos apenas um poeta e uma bailarina se amando.

Oh, cisne branco desta terra.
Você leva vida com os seus passos
... E eu ficarei aqui parado, esta noite, apenas lhe contemplando.
(Gabriel Araújo)


Obra-prima

Eu que tinha muito o que dizer, hoje me calo.
Um poeta sem palavras, você roubou todas elas.
Como você fez quando roubou as estrelas.
E guardou cada uma das constelações no olhar.

Eu que tinha muito o que fazer, hoje estou parado.
Um escritor que não consegue mover sua caneta, não consegue andar sem lembrar das sequelas.
Como você fez quando me levou as janelas.
Me deixou só, no escuro, sem o brilho proveniente de te contemplar.

Procuro por aquela que das coisas levou a beleza.
Que da música roubou a melodia.
Que dessa poesia levou a rima.

Procuro por aquela que revirou o mundo, mudando o fluxo da correnteza.
Que furtou as cores do dia.
Que não quis se eternizar, matéria que não se tornou obra-prima.
(Gabriel Araújo)



domingo, 15 de janeiro de 2017

Procura-se um alguém.

Procura-se um alguém para conversar.
Procura-se um alguém para rir.
Procura-se um alguém para aconselhar.
Procura-se um alguém para contar segredos.

Procura-se um alguém para nos fazer sonhar.
Procura-se um alguém para nos fazer sorrir.
Procura-se um alguém nos ajudar a andar.
Procura-se um alguém nos ajudar a perder os medos.

Procura-se algo que nos faça ter compromisso.
Procura-se laços que sejam quase eterno como os sóis.
Um motivo para não nos fazer desistir, um abrigo.

No fim, cada um de nós procura por isso.
Procuramos algo que não nos deixem a sós.
Procuramos apenas um amigo.
(Gabriel Araújo)







A ciência e a arte.

Escritor? Eu apenas escrevo
Inventor? Eu apenas arrisco.
Cientista? Eu apenas mexo com estanho.
Artista? Eu apenas vivo de arte.

Suspiro criativo, o quê retém em minha cabeça, eu transcrevo.
Vens às vezes de forma dócil e noutros dias arisco.
Será que eu crio por osmose? De forma dócil, é quando involuntariamente crio, eu me estranho.
Arisco, é quando você some em instantes, e eu não quero que você se descarte.

A inspiração tem inúmeros disfarces.
E quanto mais eu estou perto de você, mas você se distancia.
Aquiles e a tartaruga, Paradoxo de Zenão.

A inspiração pode estar no sorriso de uma criança ou em idosas faces.
A inspiração que às vezes não e às vezes vivencio.
É um gato de Schrödinger, são incertezas que eu carrego na respiração.
(Gabriel Araújo)



Poema da Contradição

Gosto do azul e do vermelho.
O vermelho com o azul faz o anil e essas são cores do mesmo arco-íris.
Gosto de sorrir e gosto de me entristecer.
O choro faz eu buscar com mais vontade os sorrisos futuros.
Gosto da vitória e gosto da derrota.
A derrota me faz dá mais valor à vitória.
Gosto de cair e gosto de levantar.
São as feridas do meu corpo que me fazem lembrar de minha história, são minhas relíquias.
Gosto de pensar no futuro e lembrar do passado.
Pois, é olhando o passado que deixarei de cometer os mesmos erros em um futuro presente.
Gosto de ser sólido e gosto de ser líquido.
É o teorema da transformação, etapas, tão necessárias para qualquer um.
Gosto de aparecer e desaparecer.
Aparecer para quem importa e para quem não importa também, afinal ninguém é melhor do que ninguém, desaparecer e perceber para quem se importa.
Gosto de amar e sofrer também.
São as dores que vivencio que fazem com eu não faça os outros sofrerem.
Gosto de escrever e as vezes não gosto.
Quando percebo que o lápis me escraviza, lhe abandono, mas nem sempre consigo o manter longe.
Gosto de ter inspiração e nem sempre me inspiro.
Às vezes a inspiração me leva para campos verdes que eu não quero ir, campos esses tão próximos e tão distantes dos que eu gosto.

O que eu era e o que eu serei, formam o que eu sou.
Existem pessoas que não enxergam as contradições.
Colocam as mãos nos olhos na esperança que a realidade desapareça.
Em pessoas, contradições são sinônimos de vergonha.
Contradição não é palavra bonita, contradição não rima com conjunto de valores incorruptíveis.
O que eu era ontem, deixei de ser hoje?
O que eu comprava ontem, deixei de comprar hoje?
O produto que eu era antes, com um novo rótulo, deixarei de ser o que eu era?
O rio em que eu me banhei ontem, não será o mesmo de hoje. Mas, e eu deixarei de ser o que fui ontem? Isso não é lindo, é a contradição de viver.
Não nos transformamos em novos seres, nós só mudamos os gostos, as aparências, os valores.

Vejam só, os opostos são essenciais.
É da natureza humana a contradição, tal como e tão necessária, como viver em sociedade e buscar felicidade.
São os opostos e não a unanimidade que giram as engrenagens do mundo.
Somos opostos e nem por isso devo desejar a inexistência do polo reverso.
Polo negativo precisa do polo positivo para gerar atração eletrostática.
Para que eu exista você também deve existir.
Pois quanto mais tentamos homogeneizar o mundo.
Mais o deixamos fraco, mais o afastamos do que era e o adoecemos.
Mais deixa de existir e o que era utópico se torna real.
Mas, nem sempre tudo o que é real é bom.
Como dizia o poeta: “Nem sempre as coisas que a gente vê são mais reais, do que nos faz crescer”.
(Gabriel Araújo)

Quadro "Campos verdes de trigo, Auvers"(1890) do artista Vincent van Gogh

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

A poesia e eu

Tu, rima desconcertante. Eu, poeta a sua procura.
Tu, que vive de momentos. Eu, sobrevivo de espera.
Tu, que se guarda em sorrisos. Eu, que te contemplo em silêncio
Tu, ser em plenitude. Eu, poema incompleto.
Tu, que está presente no ar. Eu, inconsistência perdida nos mares.
Tu, que viaja no voo da borboleta. Eu, que viajo em pensamentos.
Tu, que nasce nas plantas da terra. Eu, que renasço todos os dias.
Tu, linda pérola fomentada no seio da ostra. Eu, que sou fruto de amor.
Tu, que está ao lado de casais apaixonados. Eu, que escrevo histórias desses mesmos casais.
Tu, porcelana, plástico, boneca de pano. Eu, frágil, fraco, solitário.
Tu, que é vida, que é arte. Eu que procuro vida, eu que procuro arte.
Tu, que não precisa de ninguém para existir. Eu, que sou dependente de você.
Tu, que é dia de sol, pôr-do-sol e anoitecer. Eu, que habito nas madrugadas.
Tu, que mora nos olhares serenos dos animais. Eu, que apenas acaricio a sua cabeça.
Tu, quadro de Portinari,
Van Gogh, da Vinci. Eu, simples artista.
Tu, que resiste ao tempo. Eu, que estou apenas de passagem.
Tu, que não precisa se apegar. Eu, que não consigo lhe esquecer.
Tu, que deixa se amostrar a poucos. Eu, apreciado por sua bondade.
(Gabriel Araújo)




quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Zelo (poema do zeloso)

Entre tantas palavras, eu escolhi tu, zelo.
E só por isso já se sinta especial, foi a escolha de um poeta.
Dentre todas no dicionário, vi em você algo a ser valorizado.

Merecia ser poesia.
Merecia ganhar vida.
Merecia ser lida.

Definição de carinho protetor.
Desde a primeira vez que te vi, não conseguir mais tirar você do pensamento.
Foi paixão à primeira vista.

Sinônimo de cativar.
Antônimo de abandonar.
Abandonar é uma palavra que não rima muito bem.

O amor é o poema mais perfeito.
Versos são as ações diárias e estrofes são as intenções de nossas ações.
A paixão, palavras que esperam compor uma poesia, só alcançará êxito se for ao seu lado, zelo.

Somos todos um pouco zelosos, zeladores.
Apesar de alguns mais durões e outros frágeis.
Tentamos guardar, em vão, a eternidade das coisas, sendo que nós mesmos não somos tão eternos assim.

És a palavra mais linda que existe e poucas pessoas lhe conhece.
Estás em gestos pelas ruas do mundo.
O verdadeiro cego é quem tem olhos saudáveis para enxergar e não vê! Agraciado é aquele que olha para o sol enquanto a regra é se esconder.

Na Grécia, era deus do entusiasmo, da grandeza, filho da titã Palas
Tem grandeza maior do que demonstrar cuidado com alguém?
São as duas maiores lições de amor, esperar nada em troca e fazer o bem.
(Gabriel Araújo)




Créditos:site DICIO (Dicio.com.br)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Este soneto faz parte da trilogia chamada "Frutos de meditação"

Templos sagrados

Sou espelho de água que você necessita para se sustentar.
E você, flor de lótus, que embeleza a minha paisagem.
Somos impressionismo de Claude Monet.
Somos artes, somos prova de amor, somos Taj Mahal.

Oh Rio Ganges! Somos dois de seus afluentes que buscam se encontrar.
Oh Tempo, que desenha as curvas do rosto amado, faça se em nós espera, bela mensagem.
Somos os mesmos em todos os lugares, seja em gigantesco palácio ou reservado kitnet.
Somos fluxo, somos mudança, procuramos esperança, somos grande navegação descobrindo as Ilhas Marshall.

Os templos sagrados da tua boca.
Suspiros atrás da nuca.
Deixa estar, deixa morar, deixa viver nos solos do teu coração

Quero desembarcar nas imediações de sua doca.
Partir desse recanto acolhedor e aventurar em outros mares, farei nunca.
Iluminação de Árvore Bodhi, oh criatura amada, és chakra de criação, chakra de inspiração.
(Gabriel Araújo)


Quadro "Nenúfares" (1904) do pintor Claude Monet

sábado, 7 de janeiro de 2017

Este soneto faz parte da trilogia chamada "Frutos de meditação"

Soneto de Katmandu

Meu Katmandu!
És a paz de milhares de anos.
És as histórias de milhões de vidas,
Da calma, dos ventos de minha meditação.

Meu Katmandu!
Estás nas imediações do meu coração, estás em todos os humanos.
És a superação de pessoas desprovidas.
És integração, compaixão e boa ação.

Bem mais do que um lugar.
Bem mais do que os monumentos construídos em seu solo.
És a escolhida dos deuses!

Acolhe a todos sem julgar.
Terra de reencontros, de mudanças e símbolos.
Neste picadeiro que é a vida, oh Katmandu, você espera por todos depois ou durante o espetáculo, sejam esses artistas, espectadores ou proprietários circenses.
(Gabriel Araújo)



                                  Foto da cidade de Katmandu, capital do Nepal
Este soneto faz parte da trilogia chamada "Frutos de meditação"

Soneto do Feiticeiro supremo.

Na paz que eu encontrei
Nos terrenos fecundos do teu sorriso.
Que segue fluxo como águas de Shangri-la.

.... QUEM VEM DE LÁ.
EU VIM DE LÁ.
DAS TERRAS DE SHANGRI-LA...

No feitiço dos seus lábios que me adentrei.
No encantamento das palavras que você me diz e que para viver eu necessito.
És paisagens nas minhas memórias assim como o mar é para uma veneziana gôndola

... ÉS PAISAGEM DE LÁ.
ÉS PAISAGEM QUE VEIO PARA FICAR.
ÉS O MAR E NA SUA IMENSIDÃO, SOU APENAS UMA GÔNDOLA....



Das maçãs de Avalon!
No silêncio de Katmandu!
Nos labirintos do seu olhar sereno

... NESTE SERENO ME PERCO.
NESTE SERENO ME ENCONTRO E ME ACERCO.
SILENCIO E HABITO PELAS RUAS DO TEU OLHAR SERENO...


Estás no amanhecer presente no espelho d'água de Boston!
No ritmo e na melodia da quena, da tinya e do charango do Peru.
Nunca me sinto sozinho, pois além de você, todos eles habitam em mim, são tão presentes e fundamentais como o oxigênio.

....ÉS AS CORES, OS MINERAIS, O CARBONO E O HIDROGÊNIO.
ÉS O PEDIDO QUE EU FIZ PARA UM GÊNIO.
ÉS ALGO QUE EU NÃO CONSIGO FICAR LONGE POR MAIS DE UM MINUTO COMO O OXIGÊNIO..
.


(Gabriel Araújo)


             Quadro "O Grande Canal e a Igreja da Saúde" (1730) do artista Giovanni Antonio Canal "Canaletto"