sexta-feira, 30 de março de 2018

Soneto do Sacrifício

Um sinal de amor de tempos tão antigos.
Antigo não é palavra sinônima de seus ensinamentos.
Ensinamentos que trazem um pouco do céu para a terra.
Terra fértil de corações que a palavra fecunda.

Fecundas são as vidas que se convertem de verdade.
Verdade de uma missão que carrega os pecados do mundo.
Mundo incrédulo à espera de um milagre pessoal.
Pessoas que esperam tocar o dedo na ferida, ao invés, de deixar que a ferida lhe toque o dedo.

Dedo de Deus que criou todas as coisas e toda a história.
História, a mais bela das histórias, a paixão de um ser por toda a humanidade.
Humanos de vestes limpas pelo sangue derramado na Cruz.

Cruzes que carregamos todos os dias.
Dias seus, dias mais do que santos, que fazemos lembrança até os dias atuais.
Atual assim como é a sua presença em nosso meio, um sinal de amor.
(Gabriel Araújo)

quarta-feira, 28 de março de 2018

Fita rebobinada (O dia em que eu vi o seu sorriso pela primeira vez)

Ainda hoje
Sinto falta
Dos teus xingamentos
Teus tapas
Teu sorriso quando me chamava de bocó
Ou como você ficava
Toda envergonhada
Quando eu ficava te encarando

Pobre inocente...
Mal sabia eu
Que era por pouco tempo

Ainda digo
Somos dois estranhos
Não te conheço
E como tu mesma disse
As coisas mudaram
E eu tenho que aprender a viver
Com esse vazio no peito
Torcendo pra você voltar...

Ainda me perco nas lembranças
Daquela última noite
Sinto-me como um imbecil
Por não ter te dado
O valor que merecias
E por ver você
Indo embora
Mal sabia eu que era de minha vida
Ah! Quem dera
Eu tivesse o poder
De rebobinar aquela nossa fita
Até o dia em que eu vi o seu sorriso pela primeira vez.
Mesmo que fosse em vão
Só uma única vez.
(Elvis Souza)

segunda-feira, 26 de março de 2018

Askaban

Meu amor vejo você cantar poesias
Rimas, trilogias, cantigas, contos,
vejo olhar para outros prazeres sem ser eu.
Vejo as fases da lua velha passar.
E você não vem dançar.
Então procurei outros vícios.
Não tem droga pior que você.
Joguei nossas lembranças na dura eternidade vazia e fria.
Esse amor era uma mentida.
Você foi a pior “placa mãe” que alguém pode ter.
Você foi a minha “prancha quebrada” numa onda violenta em alto mar.
Você foi o pior disco já lançado em toda década de pessoas vivas.
Você foi a minha máquina com as letras quebradas.
Você foi o meu glaucoma de todos esses anos.
Que Zeus transforme você numa pedra para poder combinar com o seu maldito coração
...
..
Uma dose de café por favor.
(Aquários Gryffindor)

sexta-feira, 16 de março de 2018

O passeio

Eu que te admiro de longe.
Longe da vista e bem perto dos pensamentos.
Pensamentos que você às vezes passeia, outras vezes visita, mas sempre reside.
Residência que ultimamente, confesso, é mais sua do que minha.

Minha vontade é lhe ter por perto todo o momento.
Momentos que são bem mais marcantes com a sua presença.
Presença que às vezes é física, outras vezes provém da memória, mas sempre é sua.
Sua chegada que sem jeito, admito, foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida.  

Vidas que foram feitas para se encontrarem.
Encontro de dois pássaros que não possuem ninhos.
Ninho só será construído da união do amor dos dois.

Dois que existem e se tornarão apenas um.
Um só amor. Uma só vida. Ou talvez nosso amor se resuma a um coração numa árvore com as nossas inicias: G e A.
A partir do dia em que eu deixar de te admirar de longe e te admirar de perto, tudo o que há de ser, se realizará.  
(Gabriel Araújo)
Quadro "O passeio" (1870) de Pierre-Auguste Renoir.  

quarta-feira, 14 de março de 2018

Aqueles cinco segundos

Não entendi ao certo
Aquele momento
Aquela atitude
Similar a um forte vento
Me fez voar
Me fez entrar em pânico
E me levou ao êxtase
Que a única coisa que lembro
É seu sorriso tímido
O encontrar de nossos olhares
E minha descida do coletivo
Tudo isso
Num breve momento
Aqueles cinco segundos...
(Elvis Souza)

segunda-feira, 12 de março de 2018

Will e sua bailarina

Bailarina com sua voz brilhante e sua poesia tocante.
Will aparece com seus dedos brilhantes
Tocando rimas de poesia purificante ao
Som de coisas brilhantes chamado violão.

Bailarina dança ao som da sua voz.
Will dança ao som da voz da Bailarina.
Bailarina ouve os batimentos de Will.
Sabendo que sua voz também é poesia.

Will escreve a poesia do coração da Bailarina.
Ela sabe que ele pode tocar, as cordas do violão.
E também sabe que ele, toca seu coração feito de algodão.
Algodão branco e bondoso sim é seu coração.

Bailarina sabe que sua voz toca até, em outra órbita.
Mas como Will a toca, isso são segredos de uma doce gratidão.
Ah sobre os dois terem se encontrado em uma ópera
Ah isso são mistérios da vida.

Will e a Bailarina são como o papel e a tinta.
Sem o outro não há vida.
É como ir para concerto de música clássica e não ter violino.
É como ter o sol sem esperar a noite.
É como ver uma flor e não sentir seu perfume.
(Aquários Gryffindor)

sexta-feira, 2 de março de 2018

A beleza que há em amar

Lindos são aqueles teus olhos de supernova.
Que colocam a minha estrutura à prova.
De que o amor em solo infértil brota.
E que a cada dia a vida se renova.

Belos são aqueles teus lábios de perfeição grega.
Que desafiam a atenção dos meus olhos e não se sossega.
Até o momento em que imperfeita boca minha você se entrega.
Imagem que não se desapega.

Encantadores são aqueles teus cabelos de fio de seda oriental.
Que com flores coloridas torna vida em arte ornamental.
Que habita os meus pensamentos de forma incidental.
Me distraio com essa sua beleza letal.

Confortante são aquelas suas mãos macias de algodão.
Um leve toque acalma a alma como uma oração.
Penetrando todos os espaços do meu coração.
Devastando certos espaços sem recuperação.

Gracioso é esse seu jeito desastrado de andar.
Como quem não se importa em agradar.
Pessoas que procuram modelos para se agarrar.
Por uma vida que no fundo não são suas há de se falar.

Delicado é como em minha vida se demonstra teu amor.
Que nos detalhes mostram o teu primor.
Em silêncio é um conquistador.
E aos poucos vai ganhando mais valor.
(Gabriel Araújo)

Estátua "Vênus de Milo" de provável autoria de Alexandre de Antioquia.